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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

onde fazer seu proprio DISCO DE VINIL

riginalmente pelo site: ttp://culturahiphop.uol.com.br/

Muita gente freqüentemente me procura para saber como e onde prensar algumas cópias em vinil de suas músicas. Dep

ois de quase 8 anos fazendo a série Arsenal Sônico, acabei adquirindo algum conhecimento acerca dessa incrível arte que é a fabricação de discos em vinil.
Em 1998 fui à Baixada Fluminense, a convite de Dário - criador da Porte Ilegal, para conhecer a única fábrica de vinil em atividade no Brasil: a Poly Som Indústria e Comércio de Plásticos.
Pude conferir in loco todo o processo artesanal de confecção de nosso instrumento de trabalho. Aliás, instrumento de trabalho de alguns poucos djs que ainda resistem à "tirania do som digital", diga-se, "Final do Scratch" e afins.
Lá na Poly Som tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que, surpreendente e heroicamente, continuam prensando LPs, compactos e picture discs. A planta fica no município de Belford Roxo, Rio de Janeiro. A parte administrativa da fábrica é coordenada por Luciana e a área técnica é capitaneada por William.
A cada dia que passa a qualidade do vinil prensado na Poly Som vem melhorando. Vale a pena investir uma grana e colocar seus sons no bolachão.
Fazer vinil de seu grupo ou de sua produção é uma parada que chama a atenção. Nando Reis, por exemplo, prensou seu mais recente cd em vinil. Vinil é um artigo requintado e bacana.
Pessoal, fazer vinil não é caro como alguns pensam. Repito: não é caro pra fazer! Os preços para prensagem são extremamente convidativos. Por exemplo, você pode prensar 300 cópias por apenas 2000 reais. Ou seja, cada unidade acaba custando menos de 7 reais.
Pode soar romântico e até anacrônico a gente ficar batendo na tecla de que "dj de verdade toca com vinil". Sim, tem gente que chama a gente de "dinossauro". Ainda bem. Continuarei afirmando que dj de hip-hop tem sim de tocar com vinil.
O dj, diga-se, o uso do vinil, é um dos pilares de nossa cultura hip-hop. Não dá pra trocar o vinil por computadores, por mais que as novas tecnologias simulem com grande realismo a utilização de vinil. Não dá pra comparar. É trocar mulher por boneca de borracha.
Equipamentos como o "Finado Scratch" e o "SerRato" simulam a utilização de vinil de uma forma que djs acostumados a usar vinil de verdade não engolem. Há um atraso perceptível de áudio quando você faz scratches naquelas máquinas.
Já tive oportunidade de ver djs tentando riscar com tais equipamentos e praticamente todos os riscos saíram fora do tempo. Há outra questão: não podemos deixar que a matéria-prima dos djs seja substituída por bytes. Respeito quem fez a opção digital mas não posso ser condescendente. Vinil é vinl. Mp3 é mp3. A diferença é brutal.
Muitos defensores do uso da tecnologia digital alegam que é muito mais cômodo e barato pegar os mp3s na internet do que comprar vinis gringos.
Em primeiro lugar, é um erro pensar que só dá pra tocar com vinil gringo. Tem muito rap nacional em vinil. Tem muito som gringo em vinil nacional.O vinil gringo é caro realmente. Temos muitos títulos em vinil e há um monte de sebos espalhados por aí que vendem discos muito bons. Se o cara quer tocar som gringo, há outra opção às tecnologias digitais.
Para comprar um bom notebook e todo o equipamento para tocar digitalmente os sons, você terá de desembolsar até 5 mil reais. Com 5 mil reais dá pra comprar 5 vinis gringos por mês por quase dois anos. É algo a se pensar.
Não quero fazer campanha contra a tecnologia digital nem contra aqueles que a abraçaram. Cada um cada um. Não há como fugir da modernidade. Entretanto, acredito piamente que temos de preservar algumas tradições.
Fazendo uma comparação simplista, não troco um bom baião-de-dois por um Big Mac. Jamais trocarei o bom e velho vinil por arquivos digitais compactados. Ninguém faz música clássica com um teclado. O piano é essencial. Não dá pra fazer hip-hop sem o vinil.
Se você escolheu o caminho dos bytes, boa sorte. Tente fazer o melhor com a nova tecnologia. Tomara que muitos outros continuem trilhando o caminho tradicional e continuem riscando aqueles discos inventados por Thomas Edison.
É isso aí, não deixem de visitar o sítio da

Poly Som: http://www.polysombrasil.com.br/  

Lá estão todas as instruções, preços e recomendações sobre como fazer seu bolachão. Use-as, véi! E o mais importante: façam vinil !

O vinil vive!
Por: DJ TyDoZ, em 02/02/2007

Um comentário:

  1. Pô, então deve ter algo errado aqui, meu caro. Fui lá no site da Polysom - escolhi um compacto simples, apenas 300 cópias, uma música de cinco minutos de cada lado - único "luxo" - capa para cada disco. Segundo o cálculo, saiu a bagatela de quase $4500!!!!!!!!!!!!! Dois contos? Aonde você viu isso bicho? Na boa, é uma brincadeira bem cara! Dá não.

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